Decidi deixar de escrever aqui neste espaço. Não mudei de ideias nem deixo de pretender mudar a mentalidade de muitos portugueses. Apenas pretendo abordar os assuntos de um ponto de vista mais abragente, e, talvez, mais filosófico, incluindo a forma de encarar a sociedade. Quando iniciei este blog, ainda estava convencido que esta sociedade tinha um rumo. Talvez por ter aberto os olhos, saindo de uma letargia que me foi imposta, talvez pela investigação que tenho feito ao longo destes dois anos e meio, entrando mais a fundo em inúmeros assuntos que nos afectam, vejo agora que a minha abordagem estava errada. A maior parte das ideias mantém-se iguais. Mudei, essencialmente, na forma como visualizo a política. O espírito continua o mesmo: procurar um mundo onde a raça humana possa viver em harmonia.
Quem vinha aqui ler e opinar, sugiro que sigam o link abaixo:
A Vila Nua
Muito obrigado
Anti-portuguesinho
Ainda vejo uma luz ao fundo do túnel!
sexta-feira, 29 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Dívida pública
Nós estamos em crise? Não temos dinheiro? Então e os americanos?
The Outstanding Public Debt as of 11 Jul 2011 at 12:08:56 PM GMT is:
The estimated population of the United States is 310,913,367
so each citizen's share of this debt is $46,176.59.
The National Debt has continued to increase an average of $3.87 billion per day since September 28, 2007!
O total das nossas privatizações será, por estimativa do governo/FMI/BCE, de €5,5 biliões (mil milhões). Isto quer dizer que basta dois dias para os americanos se endividarem mais do que valem as nossas empresas públicas. Parafraseando um seleccionador nacional:
"E o ruim somos nós?"
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Uma ideia luminosa!
Imaginemos uma sociedade em que só precisamos trabalhar durante 10 anos. Trabalhamos naquilo que mais gostamos. Entre os 20 e os 30 anos. Durante esse tempo seríamos desencorajados a ter filhos. Desse modo, o acompanhamento dos filhos seria total. Caso quiséssemos continuar a trabalhar após os 30, deveríamos trabalhar em part-time no caso de termos filhos. Não faltaria nada a ninguém no que toca a necessidades básicas. Bastaria passar pelo supermercado ou centro comercial e trazer o que precisamos.
É possível?
Há quem diga que sim!
Há quem diga que nem precisamos trabalhar. Existe tecnologia suficiente, no presente, para que tal não seja preciso. E que fariam as pessoas? Perguntam-me todos. A minha resposta é sempre a mesma. O que vos apetecer! O mesmo que farão depois de reformados. Mais ainda, pois não estão cansados depois de uma vida inteira de trabalho, stress, depressões, má alimentação, noites mal dormidas, etc., etc..
Conseguem imaginar poderem andar na rua a qualquer hora sem se preocuparem se serão assaltadas? E os vossos filhos? Poderíamos deixá-los andar à vontade sem preocupações!
Já imaginaram um planeta sem indústrias poluidoras? Já conseguiram imaginar um mundo onde toda a energia é amiga do ambiente? Rios limpos. Sem lixo. Sem os incêndios costumeiros causados por interesses económicos.
Como é possível?
Fácil.
É só queimar todo o dinheiro!
Eliminar o consumismo!
Eliminar a propriedade!
Num mundo onde o desemprego só tem tendência a aumentar fruto da inovação tecnológica, é inevitável que o balanço entre poder de compra e consumo irá arrebentar. E não será daqui a muitos anos. Na ânsia das empresas cortarem nos custos e tornarem-se competitivas, substituem a mão-de-obra por máquinas, votando o consumidor ao desemprego, altura em que deixa de consumir. Ao deixar de consumir, o desempregado força a falência das empresas provocando maior desemprego. Devido ao lucro. Devido ao dinheiro.
Num mundo onde não se substitui toda a produção de energia fóssil por energia amiga do ambiente porque é demasiado caro, não nos deveríamos questionar a sua razoabilidade? Existem recursos humanos para o fazer. Existe matéria prima para o fazer. Mas não existe dinheiro. Faz sentido?
Num mundo onde 95% dos crimes são cometidos por razões económicas de acordo com os dados oficiais, onde todas as guerras são de origem económica, porque não se questiona este paradigma??
É possível mudarmos. Mas precisamos acordar e abrir os olhos!
Filet mignon a raspas de bacalhau
O que são as agências de rating e para que as queremos?
São um grupo de empresas PRIVADAS. Não me interessa desenvolver este conceito pois o facto de serem privadas implica interesses próprios, logo, imperfeitas para avaliar algo que logo à partida é negativo: especulação financeira. Tratar dinheiro como um produto é algo profundamente negativo. O dinheiro deveria ser utilizado como meio de compra e venda e não como algo a ser comprado e vendido.
Para que as queremos? Para podermos especular. Logo, não as queremos. Dizem que não temos remédio. Eu digo que temos. Alguns defendem que regulemos o mercado. Claro que regular o mercado precisa de independência, coisa que é impossível face à natureza da sociedade a ser regulada. Ciclo vicioso? Claro. Como toda esta sociedade alicerçada neste sistema monetário. Como sair dela? Mudamos o paradigma socio-económico. Destruímos e voltamos a reconstruir. Utopia? Nem por isso. Está ao nosso alcance. Só é preciso compreendermos o conceito de governo.
O que são os governos e para que os queremos?
Os governos são grupos de pessoas que utilizam os dinheiros públicos com um objectivo. Esse objectivo devería ser o interesse público. Mas não é. A realidade demonstra que não.
Vejamos. Temos uma economia baseada em dívida. Não há países que não tenham deficit. Acumulam dívida. Disfarçam-na com a inflação e o crescimento da economia. Se o deficit for baixo ficamos contentes. Somos uns idiotas. Será possível não compreender que este conceito está errado à partida? Se eu fico a dever todos os anos, mesmo que pouco, acumulo dívida. Se, na minha casa, eu acumular dívida, por mais que eu aumente os meus rendimentos eu nunca conseguirei pagar. E quanto mais eu acumular a dívida mais difícil fica pagá-la, mesmo que eu comece a ter superavit.
E o que acontece quando a dívida for de tal modo elevada que eu não consigo que alguém me empreste mais? Tenho duas hipóteses. Ou borrifo-me para quem devo e continuo a minha vida ou peço mais e sujeito-me a taxas proibitivas.
Como andámos a comer nos melhores restaurantes com o dinheiro dos outros, esquecemos de produzir o nosso jantar, chegando ao cúmulo de já nem saber como cozinhar. O que nos faz olhar para umas raspas de bacalhau com a língua pendurada no canto da boca...
Foi isso que nos aconteceu: passámos de filet mignon a raspas de bacalhau!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Sentimentos
Quando vejo algumas séries na TV, sou constantemente inundado com um sentimento de incredulidade.
Continuo a acreditar que o objectivo principal do ser humano, individualmente, é ser feliz.
Como uma grande parte do sentimento de felicidade passa, sem dúvida, por relacionamentos amorosos, é natural considerar que uma boa parte da população atingirá certos pontos da vida onde a infelicidade irá imperar quando o seu amor não for correspondido.
É neste momento de infelicidade aparente, que muitas decisões idiotas são tomadas. Matar o concorrente é uma delas.
Num aparte, porventura significativo, é uma questão que tenho colocado a muitas pessoas conhecidas. Se fossem traídos, prefiririam ser por alguém que fosse do mesmo sexo do nosso ente amado, ou por alguém de outro sexo? Eu costumo ouvir a resposta, frequentemente, que seria por alguém do sexo oposto. Ou seja. Do mesmo que nós. Concorrência directa versus indirecta. Eu sempre achei que se a pessoa com quem eu estou decidisse mandar-me às malvas para ficar com uma pessoa do mesmo sexo dela, eu iria sentir-me aliviado. Aliviado porque sentiria que o "defeito" não estava em mim mas sim na pessoa de quem eu gosto. Isto é. A pessoa é homossexual e eu não sou a solução para ela.
O significado deste aparte, porventura pouco aparente, é que nós tomamos atitudes com base numa questão puramente egoísta. A embrulhada desembrulha-se quando pensarmos que nós não temos nada a ver com a escolha da outra pessoa. A escolha é, sem dúvida, dela. De quem ela quer.
Se nós não pudermos escolher com quem queremos estar, poderemos ser felizes? Claro que não. Mas a questão fundamental passa por nós só termos metade da escolha. Ela tem de ser recíproca. Logo, mesmo que tenha havido reciprocidade durante algum tempo, não há obrigatoriedade de ela permanecer.
Tudo isto para me levar ao que realmente queria observar neste post.
A sociedade não tem nada que se intrometer no relacionamento que temos com outros. Se nos apetecer não ter nenhuma ou não constituir família, a sociedade não tem nada a ver com isso. Se nos apetecer ter uma diferente todos os dias, ninguém tem nada com isso. Se nos apetecer ter várias ao mesmo tempo, ninguém tem nada a ver também. A não ser as pessoas envolvidas, é claro.
Se eu decidir que outra pessoa poderá dar-me mais felicidade do que a pessoa com quem eu estou no momento, estarei a ser egoísta? Claro que não. Porque a relação actual irá trazer apenas infelicidade aos dois se eu a prosseguir. E será justo e honesto que eu seja sincero para com a pessoa cujo relacionamento eu desejo terminar.
A pessoa com quem eu estou, não tem de detestar a pessoa com quem eu vou ficar. Porque a decisão é minha e não da pessoa com quem eu irei estar. Ela não irá destruir nenhum lar. Quanto muito seria eu, embora também não o considero como tal. A felicidade é uma sentimento justo e objectivamente aquele que interessa. E se duas pessoas poderão estar felizes, não será melhor do que três pessoas infelizes? Simples matemática...
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O aborto
Não gosto de discutir este assunto. Não sou religioso embora também não seja ateu. Também não sou mulher e como, por princípio, sou contra limitações da liberdade, tenho dificuldade em ultrapassar a discussão de alma e não-alma que turva esta discussão completamente impossível de se esclarecer.
O que me interessa discutir, depois de ter ouvido um documentário numa rádio, é que há muitas mulheres que fazem aborto por questões unicamente financeiras. Quem conhece alguém que já tenha interrompido a gravidez voluntariamente, sabe que as consequências psicológicas para a maioria das mulheres são muito difíceis de ultrapassar. Leva tempo a sarar a ferida se é que algum dia realmente sara.
E custa-me, sinceramente, ouvir que uma percentagem elevadíssima das mulheres o faz por questões económicas. Porque não querem que o filho tenha uma vida de necessidades não preenchidas, que os outros filhos passem necessidades por causa do irmão(ã) que já (não) virá. Abortar porque se poderá ter um filho com malformações mentais ou físicas consigo compreender. Implica, na maioria dos casos, um sofrimento intenso para a criança que nunca se integrará, assim como para os pais e familiares. Mas porque não haverá dinheiro para o vestir e alimentar? Para lhe dar um abrigo? Compreendo as mães que o fazem. Mas não consigo compreender uma sociedade que chegue a este ponto. Onde uma mulher sinta necessidade de fazer uma coisa que a magoa profundamente porque esta sociedade vive em volta do dinheiro.
Mais uma acha para a fogueira do paradigma que se devia discutir: será esta a sociedade que queremos?
quinta-feira, 12 de maio de 2011
A Vontade do Povo em 2009
O PM demissionário (demitido!) desta nação dizia ontem que os partidos deviam ser castigados por terem derrubado o governo que foi eleito em 2009, nestas novas eleições.
Façamos um resumo breve do que aconteceu em 2009.
Após ter subido os ordenados à função pública, mentiu por diversas vezes. Disse que o deficit seria cerca de 5% do PIB. Apresentou um programa que nunca tinha tido intenção de implementar. Obteve um resultado inferior a uma maioria absoluta. Sabendo que, na verdade, o deficit era superior a 9%, e também que o país precisava de restruturações profundas, procedeu a fingir que desejava negociar com os partidos da oposição. Só os mais idiotas é que acreditam que ele desejava negociar. Infelizmente este país ainda parece ter trinta e tal por cento de idiotas. Apresentou um OE que sabia, de antemão, que seria insuficiente. Encostou o PSD contra a parede, com a ajuda do ilustre PR, e conseguiu que o mesmo fosse aprovado.
Em 2010, sempre com a ajuda do ilustre PR que estava a meses de se recandidatar, encostou o PSD novamente por diversas vezes. Entre PEC's e OE.
Em 2011, o PSD decidiu que já era tempo de parar com a brincadeira. Por muito que se considere que as razões invocadas são boas ou más, que houve ou não encontro nas vésperas para se informar o líder do que se já tinha negociado com a EU, o facto é que se sabia que não ia haver dinheiro para as mais elementares despesas deste estado. Que iría ser necessária a ajuda externa. Fez uma fita desgraçada, um ai-de-deus-nos-acuda, atirou-se para o chão a recusar responsabilidade no pedido de ajuda, depois na negociação do pedido, depois assumiu uma vitória para Portugal das não-medidas não incluídas no acordo com o trio externo. Agora já governa com o FMI, não irá cumprir medidas incluídas no acordo, e continua a mentir com os dentes todos. O ex-MF já não aparece ao seu lado porque finalmente se sentiu envergonhado, algo que Campos e Cunha já tinha feito 6 meses(não me lembro se foi tanto tempo...) após empossado.
Conclusão. Tinha ponderado mudar o título do blog, uma vez que muita gente o considera muito agressivo, mas não posso. Não enquanto as sondagens (se forem fidedignas...) continuarem a dar mais de 1% a este cretino que nos levou para a bancarrota, local de onde ninguém sabe ainda se alguma vez conseguiremos sair.
Oh Sócrates! Onde estavas entre 2005 e Março de 2011??? Hein??
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