Luz ao fundo do túnel!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

(Pre)Conceitos

O espermatozóide encontra o óvulo.
Gera um ser individual.
Nasce.
Tem um cheiro característico que o distingue de todos os outros. A sua identidade. Chamaram-lhe Nuno porque os restantes seres individuais que o rodeavam não conseguem distinguir esse mesmo cheiro.
Identificam-no como sendo filho do nº00000000 e do nº111111111 e passa a ter o nº22222222.

Portugal é um país atrasado. Ainda se consegue circular em Lisboa e estacionar pagando com moedas.

Há partes de Londres onde o parquímetro só funciona com cartão de uma entidade bancária. Pode-se ligar para o "parquímetro" e fornecem-se os dados do cartão. Assim podemos telefonar quando virmos que o tempo está a chegar ao fim e "colocamos mais cartão" no parquímetro.

Isto deixou-me verdadeiramente intrigado.

Juntando esse facto ao caso de só poder "levantar" um cheque se se possuir uma conta bancária, pergunto-me: que moralidade (ou ausência de) tem um banco de cobrar seja o que for a um cliente por utilizar o dinheiro do mesmo? Caso não o saibam, no Reino Unido, existem muitos bancos que cobram para levantarem dinheiro nas suas caixas de multibanco.

Estes factos até nem são os que mais me intrigam (preocupam).

Existe CCTV (video-vigilância) em todo o local de Londres. Estamos constantemente a ser inundados com essa mesma informação - "CCTV is in operation for your safety and protection."

Juro-vos que me veio à cabeça a imagem do John Hurt no 1984.

Será que já nos lêem os pensamentos? Será que já terá sido formada a Polícia da Mente?

Isto não é uma ideia nova, mas já todos pensaram que é que nós somos? Cada um? Individualmente?

Não passamos de um número...

Se quisermos viver no campo, caçar, viver daquilo que a Natureza nos fornece, o que nos impede??

Se não quisermos ter um nº de Identidade, segurança social ou de uma conta bancária, como é que fica?

Se escolhermos um local ermo, no topo de uma serra, para construirmos a nossa cabanita, porque é que não podemos?

Há dias discutia sobre a propriedade. Quem foi o primeiro proprietário? Que direito tinha a essa propriedade? Porque é que essa propriedade se tornou sucessória? Que direito tinha o filho a essa propriedade? Quem terá definido isso? O próprio proprietário?

Quando oiço as pessoas a discutirem certos assuntos, só me apetece rir.

Vão caminhando alegremente para uma situação verdadeiramente Orwelliana sem se aperceberem, discutindo assuntos sérios mas tão sem importância...


E que os Jogos se iniciem! - Diria o Nero.

1 comentário:

  1. Só um homem sem (pre) conceitos é capaz de fazer uma comparação destas! Portugal e Reino unido!

    Eu diria que o Nuno é muitp à frente!

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