Luz ao fundo do túnel!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bom Ano 2010

Desejo a todos os 2 ou 3 leitores deste blog (não sei quais dos meus 4 irmãos e pais e alguns amigos não o lê) um excelente ano de 2010!

Para todos os portuguesinhos que caíram na esparrela de passar os olhos por aqui o meu desejo é igual! Acrescento apenas que desejo profundamente que, antes de agir, pensem durante 2 minutos se valerá a pena manifestarem um grau de insensibilidade para com um outro ser humano!!

A todos os outros combatentes contra a inércia despeço-me deste ano na esperança que consigamos trazer pelo menos 1 portuguesinho para o nosso grupo de combate, desejando-vos força e determinação neste combate que muitas vezes parece inútil!!! Além de um excelente ano, obviamente!

BOM ANO NOVO!!!!!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Educação - parte III

O telemóvel! Ahhhh! O meu telemóvel! Aquele apêndice corporal fundamental sem o qual eu não respiro!
Mas como é o que os nossos antepassados conseguiram matar mamutes sem o dito cujo????

Estando eu no cinema vendo um filme com uns efeitos especiais e sonoros fantásticos, fui distraído por um toque piroso (ainda por cima)! O toque prolongou-se por algum tempo enquanto o proprietário do aparelhómetro tentava ler no seu visor de quem era a chamada. Talvez tivesse lido mais rápido se o visor do instrumento respiratório fosse em 3D. Ou então se tivesse tirado os óculos 3D. Não sabendo se o senhor seria portador de algum síndroma que lhe impossibilitasse o desligar imediato do luzidío e sonoro instrumento, decidi aguardar. Eis que fiquei espantado quando oiço o famoso:
- 'Tou? 'Tou?.. 'Tá lá?
Nesta altura viro-me novamente para o proprietário que estava duas cadeiras à minha esquerda com curiosidade em saber se iria conseguir estabelecer a ligação. Bolas! A ligação do aparelho respiratório não se tinha estabelecido... Desejei nessa altura ter tirado um curso de primeiros socorros que me permitisse ajudar este portuguesinho que estaria à beira de uma lenta e dolorosa asfixia! Ufa! Não foi preciso chamar o 112 com o meu telemóvel desligado. Da próxima vez colocarei no silêncio apenas, para poder chamar auxílio rapidamente!!
Bolas! Sobreviveu! Peço que me desculpem a minha crueldade (não quero que me desculpem mas é bonio dizê-lo).
Toque piroso novamente... o auxílio respiratório não iria faltar!
Desta vez fui eu que me engasguei. Mas ocorreu-me que ele realmente precisaria de ajuda respiratória. Muito bem! Disse para o ar e a bom som:
- Por amor de Deus!
Mais uma vez, Deus deixou-me pendurado... Talvez o Clooney pudasse participar numa publicidade de telemóveis...
Nesta altura estarão todos a pensar que a excelsa personagem atendeu o telefone e segredou que estava no cinema e para ligarem o respiradouro um pouco mais tarde que ele ainda tinha uma reserva de ar.
Sinto muito ter que vos desiludir (na realidade não sinto mas é politicamente correcto dizê-lo).
A conversa começa.
- Que falta de consideração!- vociferei eu.
Bah! Além de portuguesinho também deve ser surdo, pensei.
Quando me apercebo que estaria a combinar deslocar-se a uma obra no dia seguinte, pensei: "Hmm. Devias estar a trabalhar, meu malandreco! Que bom que tenhas faltado às tuas obrigações e me tenhas vindo fazer companhia na visualização do filme mais caro de sempre!!"
Nesta altura viro-me novamente para aquele vulto com intuitos violentos. Mas a minha educação não me permite bater em pessoas com óculos... não me explicaram se os 3D estavam incluídos nesta regra quando eu era mais novo. Terei que perguntar aos meus pais. Disse:
- Amigo! Desligue o telemóvel! (peço desculpa aos caros leitores pela minha falta de educação, mas não me ocorreu, naquele momento, pedir por favor... nem por amor de Deus, que já me havia faltado)
E fiquei inclinado na sua direcção, olhando-o fixamente nos olhos. (Não os conseguia ver, mas não consigo passar aquela imagem de faroeste sem esta pequena mentira)
Devem ter passado cerca de 10 minutos, de olhos nos olhos (eu também não tirei os meus 3D durante os 2 segundos desta troca)! Eis que o portuguesinho desliga a ventoinha que alimentava a conduta de ar, despachando o bem aventurado fornecedor de ar. Devo salientar que não foi rude com o fornecedor!

Haja boa educação, nem que seja a despachar alguém!

Vi o resto do filme!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Educação - parte II

Uma das razões que me levou a iniciar este espaço de discussão foi a possibilidade de partilhar as minhas ideias sobre o que se passa neste país. Também considero importante o saber "ouvir" a opinião dos outros.
Num post recente num outro blog, houve um iluminado que me acusou de dizer disparates:

"Este Nuno Oliveira é a prova mais evidente de que estamos num país livre, aberto a todo e qualquer disparate."

Eu digo muitos disparates. Mas sustento todos com argumentos. E aqui entro no tema.

A educação que nos permite sustentar os nossos pontos de vista sobre qualquer tema.

Quando alguém nos diz que não temos razão, ficamos à espera que nos digam porquê. Nem que seja para contrapormos.
Quando não nos dizem nada para além da discordância demonstram uma obtusidade motivada por duas razões:
  • não tem argumentos por incapacidade verbal fruto de uma educação menos rigorosa e/ou esforçada, perfeitamente compreensível pois nem todos têm essa sorte ou possibilidade;
  • não tem argumentos porque nem sequer sabem porque discordam. É o chamado "é porque é".
Há, talvez, uma terceira possibilidade. Não querem partilhar os seus argumentos. Devem ser pessoais e intransmissíveis. Ou egoistas e envergonhados. É um direito que lhes assiste.

Em todo o caso, qualquer uma das razões é demonstrativa da falta de educação e cultura dum povinho que tem dificuldade em lutar por algo em que acredite, quando tem algo em que acredite.

E que os jogos se iniciem! - diria o Nero

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Liberdade constitucional

Ao longo dos últimos dias tenho comentado noutros blogs sobre um facto: casamento gay.
Aqui não pretendo defender o casamento gay. Pretendo defender a liberdade de uma pessoa poder viver a sua vida sem que isso tenha consequências nas vidas dos que os rodeiam. Tanto quanto isso é possível. Mas irei usar o dito casamento como exemplo do atropelo diário às liberdades de um ser individual a viver em "sociedade".
Com muita liberdade de pensamento que os meus pais me deram, considero que consegui atingir um equilíbrio que poucos neste mundo consiguiram atingir. E ainda tenho muitos anos pela frente (espero).
Enquadrando. Fiz os meus primeiros 9 anos numa escola católica. Terminei o 2º ano do ciclo (6º ano hoje em dia) com nota máxima a tudo excepto uma: Relegião e Moral. Já nessa altura questionava o Pdr. Manuel Joaquim e os seus ensinamentos catequistas. Não me conseguiu convencer que Deus existe. Nem com a lenga-lenga do ovo e da galinha. Quando nos disse que Deus existia por que algo tinha criado o mundo perguntei-lhe quem tinha criado Deus. Diga-se que ele mudou de assunto. Um puto de 11 anos conseguiu deitar por terra um argumento, no mínimo, ridículo.
Desde esse dia decidi que iria questionar tudo o que me quisessem impor. E decidi também que esperaria pela morte para descobrir se Deus existe. Não iria gastar o meu tempo de vida em busca de algo que não teria resposta em vida.
Aprendi também a questionar a bondade das pessoas quando nos oferecem algo. Há sempre algo que querem em troca. Nem que seja afecto. 
Considero que toda a nossa liberdade é etiquetada desde o momento em que nascemos. Ou seja, não temos nenhuma. A não ser que a questionemos. Que questionemos tudo. Toda a informação que nos é dada vem de algo ou alguém com uma perspectiva. Cabe-nos definir o que devemos ou não absorver.
Todas as ideias e conhecimento que possuo hoje são fruto da junção de ideias de muitas pessoas que eu espremo e acrescento às minhas. Absorvo aquilo que considero útil. E já mudei de sentido em relação a muita coisa.
Mas uma coisa a que me tenho mantido fiel é que não tenho o direito de escolher como os outros devem viver a sua vida.
Quando aceitamos como dado adquirido certos conceitos sociais cometemos uma falha grave. Não por estaram errados. Mas porque não os questionamos.
Quando oiço pessoas comparar casamento gay com a poligamia ou com casamento incestuoso dou-lhes razão. Tem tudo a ver. Já se questionaram porque é que o incesto é proíbido? Já se perguntaram porque é que a poligamia não é permitida?
Porque é "feio"?
Porque não é natural?
Porque é pecado?
Há sociedades em que são ou foram permitidas.
Acho irónico colocarem os primos direitos no mesmo barco. Os meus bisavós eram primos direitos. Talvez tenham ido parar ao inferno. Talves por isso os encontre quando morrer...
Fartei-me de rir com gosto com um argumento pró-casamento gay: todos os homossexuais são filhos de heterossexuais. Uma verdade inegável. Será dos genes torpes dos pais? São pais pecadores e Deus castigou-os? Quando chegar ao inferno hei de lhes perguntar...
Sou a favor que a igreja defenda os seus pensamentos e ideias. Mas não que os tente impor a uma sociedade. Até sou defensor de muitas das ideias de Cristo. Ou que dizem que ele teve. Se é que ele realmente existiu. Há muitas que são boas.
E assim como não admito que a igreja decida como eu devo viver a minha vida, não tolero esta constituição torpe cheia de imposições duma sociedade ainda agrilhoada a certos preconceitos.
E para aquelas pessoas que defendem o referendo pergunto - Quem é que referendou para que as mulheres pudessem votar? Ou para deixariam de ser propriedade dos maridos?
Quem é que referendou para que a escravatura fosse abolida?

E quem é que referendou que o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse proibido?

Quem é que referendou a nossa constituição?

E que os jogos se iniciem! - diria o Nero

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Crispação

Crispação!

Dei por mim a pensar na falada crispação existente entre o governo e a oposição. Quando penso como seria extremamente fácil apresentar um orçamento para 2010 que o PSD deixasse passar, pergunto-me porque é que o José Sócrates não negoceia. Não conhecendo a agenda do Sócrates pergunto-me porque é que ele quer eleições antecipadas. Se o intuito fosse unicamente permanecer no poder, então negociaria facilmente. A única razão que levaria alguém - como levou o Cavaco Silva - a querer uma maioria absoluta seria o facto de querer fazer algo e não o deixarem. Mas ele ainda não tentou fazer nada! Até o orçamento "redistributivo" foi aprovado...
E aqui lembrei-me de uma coisa: e o que está para trás?
Ponderemos...
Com uma maioria absoluta onde o poder de fiscalização da assembleia da república é uma fantochada, como se provou na legislatura passada, nada se descobre. Aquelas famosas comissões de inquérito foram uma palhaçada (não é só o deputado do PS na comissão da saúde que é um palhaço). Pelo menos o resultado final foi uma brincadeira de gosto no mínimo duvidoso... E uma das razões principais - e sinceramente não o consigo compreender - foi a sonegação de informação pedida ao governo (e ao Banco de Portugal).
E aqui volto à minha recordação - e o que é que está para trás?
Não consigo lembrar-me com exactidão mas acho que houve uma coincidência temporal entre o começo da crispação e dos pedidos do PSD de algumas comissões de inquérito... hmm...
Aqui começo a tremer: mas que raio quererão o Sócrates e o Teixeira dos Santos (alguém de quem eu tive pena quando aceitou ser ministro das finanças) tanto esconder? O que é que levou o Campos e Cunha a demitir-se? À parte a seriedade deste, é claro!
Meus amigos, eu prevejo um futuro muito negro pela frente...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Educação

Pois é! Um tema bué da nice!

O título tem educação com E porque quero abordar as duas vertentes da palavra: a educação no sentido da aprendizagem e no sentido das boas práticas em sociedade.

Em primeiro lugar a educação escolar.

Há quem pense (os nossos estimadíssimos governantes) que basta saber ler. Ia dizer escrever mas nem isso se sabe hoje em dia. Até há uns anos atrás eu considerava-me um péssimo escritor. Um dos meus irmãos gozava-me constantemente por escrever atabalhoadamente. Com muitos erros gramaticais. É verdade que nunca precisei de um verificador ortográfico na escola e nunca tinha erros em ditados. E estou a falar da 1ª classe onde aprendi a ler, escrever sem erros ortográficos, a somar e a subtrair. Tenho certeza que muitas das crianças que estão hoje na 4ª classe não conseguem fazer o mesmo.

Porquê?

Porque não se exige que os alunos aprendam.

Porque se facilita tudo. Quando muitos não conseguem atingir a excelência, baixa-se o padrão da mesma. Trabalha-se para as estatísticas.

Vivemos num país em que o mais importante é o título que colocamos à frente do nome. Este é o verdadeiro objectivo nacional. Mesmo que para isso se baixe os padrões de qualidade e exigência. Banalizando a excelência...

Há títulos que são verdadeiramente merecidos. Um doutorado ou um professor catedrático, etc. São títulos que levam anos de trabalho e com qualidade suficiente para que se possa exigir o direito de ser tratado como tal. O mais engraçado é que normalmente as pessoas que o obtém não fazem questão de o ser.

Existe na nossa sociedadezinha uma subordinação ao título e não à competência individual. Ninguém admite ter um superior hierárquico que não seja engenheiro ou doutor. Por outro lado, o "doutorzeco" tem a mania que tem mais valor só porque o é. Neste aspecto gostaria de chamar a atenção aos países civilizados onde o respeito é merecido, com base nas atitudes e acções de cada um. Só saberei se alguma pessoa a trabalhar nos EUA é licenciado, etc. se lhe perguntar. De outra forma ficarei limitado a saber o seu nome. Cá no Portugalzinho, assim que se termina o curso superior, já se requer que se trate por dr. ou engº. Nos EUA pagam salários conforme a universidade que se frequentou, que grau se atingiu etc.. Mesmo que se continue a desempenhar o mesmo cargo, é dado um aumento ao empregado que tirou um mestrado ou outro grau, simplesmente porque é uma pessoa mais bem preparada e mais apta para ter um desempenho melhor. Claro que isto é contextualizado e nem sempre verdade. Não se paga mais ao empregado de balcão porque terminou o liceu e nem todas as empresas têm capacidade financeira para suportar estes aumentos. Aquelas que realmente são competitivas fazem-no para manter uma pessoa competente e mais bem qualificada porque conhecem a verdadeira essência do que é a produtividade.

De volta ao tema. Já verificaram que ambos os tipos de educação estão interligados (tenho consciência que isto parece uma palestra, mas não é essa a minha intenção).

Embora pareça uma contradição das minhas palavras anteriores, a verdade é que nem sempre a boa educação é "posse" dos mais instruídos. Não é preciso ter um grau universitário para se ser mais bem educado. E aqui está um facto que me faz pensar e tirar algumas conclusões.

A boa educação (moral) está intimamente ligada ao egoísmo. Normalmente, as pessoas mais educadas (escolar) são menos egoístas pois aprendem melhor que existe mundo para além do umbigo. Apreendem melhor o conceito de dar e receber. Claro que é importante a bondade e a generosidade inata. Mas não me interessa focar este aspecto neste momento uma vez que não se educa.

O egoísmo não permite que se admita que existe outra opinião para além da nossa.
Causa a falta de respeito e, em consequência, a má educação.

Esse egoísmo começa em casa. Ao se exigir da criança e premiá-la quando não cumpre. Ao querer que não falte nada à criança retiramos-lhe a necessidade do esforço para obter algo. Aprende que não precisa de dar para receber. Não repeita quem lhe dá pois sabe que irá receber na mesma. Ao não criarmos uma hierarquia criamos uma pessoa que nunca se irá adequar a um local de trabalho onde tem de cumprir os seus deveres impostos por alguém acima. Muitas das vezes alguém com uma educação semelhante que irá desrespeitar os subordinados da mesma forma que foi desrespeitado (uma excepção de "generosidade" excessiva e pela negativa...).

Há uns tempos atrás a minha mulher viajou pela Dinamarca. Encontrou um quiosque a meio do caminho entre duas vilas. Esse quiosque tinha lá dentro legumes e fruta. Tinha uns sacos de plástico, uma balança, uma calculadora e uma outra caixa. A caixa tinha, imagine-se, dinheiro! Era algo semelhante a uma loja de conveniêcia aberta 24H por dia. Sem ninguém! Sem nenhum empregado! Quem precisasse, pesaria o que pretendesse levar, deixaria o dinheiro (havia trocos e tudo!) e iria para casa fornecido. Cá em Portugal até o quiosque desapareceria de certeza. Justiça seja feita: em quase qualquer parte do mundo isto não resulta. Incluindo nos grandes centros dinamarqueses...
Refiro este pequeno exemplo como algo grandioso a que todos, em todo o lado, devemos aspirar.
Se é possível na Dinamaca, porque não é possível aqui?
Tendo consciência e uma quase certeza que jamais será possível em Portugal, mas sei que devo ter isso como objectivo e tentar partilhá-lo com todos!
Só mudaremos algo se o objectivo for grande! Não podemos baixar os braços admitindo derrota. Temos que travar diversas batalhas com objectivos mais pequenos mas sempre com o objectivo maior de ganhar a guerra!

Para quem lê este blogue e leu as minhas mensagens anteriores pejadas de pessimismo, deixo-vos aqui umas palavras optimistas: é possível mudar!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os impostos!

Ah como eu gosto de falar sobre impostos...

Não quero falar sobre a quantidade de impostos a que estamos sujeitos. Toda a gente sabe que são muitos e altos.

Quero falar sobre a atitude que o portuguesinho tem perante os mesmos!

Houve uma pessoa amiga que me disse uma vez que não via razões para pagar os impostos. Eu retorqui que se todos pagássemos, baixavam. E ele respondeu-me: "Ora aí é que estás enganado! Se todos pagássemos então eles (entenda-se o estado) gastavam mais!". E eu calei-me acabando por dar-lhe razão. Isso foi há mais de 10 anos. Hoje em dia acredito novamente em que todos deveriam pagá-los.

Mas porquê?

Porque não podemos aceitar com indiferença que nos assaltem!
Porque temos que saber para onde vai o nosso dinheiro!
Porque temos de ter consciência em quem votamos!
Porque num futuro não muito longínquo vamos ter reformas miseráveis! Nem vão chegar para apanhar o TGV até ao Tarrafal ou outro apeadeiro qualquer que obrigue o comboio a travar assim que deixar a plataforma de embarque.

Temos que obrigar os portuguesinhos que não pagam impostos a pagá-los. E nós temos na nossa mão a possibilidade de o fazer.

Como?

Pedindo facturas e recibos por tudo o que pagamos, por exemplo. Custa-nos mais caro? Provisoriamente. É um investimento a longo prazo mas lucrativo.

Denunciando à polícia ou às finanças/segurança social casos de abuso de subsídios/ordenados por fora que tenhamos conhecimento. Bufo? Chibo? Se se considera um bufo aquele que reclama que o seu dinheiro está a ser roubado, então eu sou um bufo! E chibo também. (Delator é muito difícil de ser entendido por um portuguesinho que estará a ler o blogue errado!)

Uma das conclusões a que cheguei recentemente foi a de que a mentalidade no que toca à fuga aos impostos não está a mudar. Quando ouvimos alguém dizer mal doutro porque este não paga os impostos, não é porque ele acha que está errado. Mas sim porque ele não o consegue fazer também. A razão deste portuguesinhoismo é simples: o egoísmo! Não porque acha que todos devem cumprir as suas obrigações... mas porque ele próprio não o consegue fazer!

Não posso tolerar que alguém com 2 vivendas e viaturas de luxo receba o rendimento de inserção social. Mas em que merda de país é que vivemos!!! E não peço desculpa pelo meu francês. Expressa toda a minha indignação!

Enquanto houver pessoas que trabalham no sector público (pagos por todos) a quem lhes é dito para trabalharem menos para não prejudicar os colegas, como é que poderemos progredir?

Enquanto houver fiscais das finanças que inflacionam despesas de representação e ajudas de custos, como é que podemos exigir seriedade na restante população? Mas que raio!! Eles estão encarregues de encontrar os prevaricadores! Mas com que moral? Os primeiros a colocar atrás das grades são os próprios! E o pior é que estamos a pagar por um serviço a dobrar: pagamos para eles nos enganarem e para enganarem o fiscalizado...

Depois ainda têm o descaramento de exigir as reformas 5 anos mais cedo e a 100% quando o resto da população que lhes paga os ordenados tem de trabalhar durante mais tempo para receber apenas 80%. E não por muito tempo, que a tendência é chegar aos 50% daqui a uns anos como alguns economistas andam a dizer!

Haja seriedade e menos egoísmo! O nosso umbigo não é o mundo!

Depois de conseguirmos que todos paguem devemos obrigar os portuguesinhos que gerem o nosso dinheiro a fazê-lo adequadamente.

Poderiam começar por reduzir o número de deputados. Só peço para metade. Não quero criar um problema de desemprego à nossa classe política! Só em ordenados pouparíamos cerca de 5 milhões de euros com esta redução (115 x 3000 x 14). Sem contar com todas as outras regalias a que têm direito. E se é para gerir mal então que se faça por metade do preço!

Discordo do Prof. Medina Carreira quando diz que não há nenhum político que se aproveite: eu sei que deve de haver pelo menos um. Nem que seja para confirmar a regra!

E que os jogos se iniciem - diria o Nero!



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O civismo do portuguesinho!

Gostaria nesta altura de dizer que estou apenas a discutir o portuguesinho e não os estrangeirinhos. Para já, contentar-me-ia se algo mudasse em Portugal. Os estrangeiros que arranjem o seu blogue!!

Uma das características mais marcantes do portuguesinho é a total ausência de civismo.

Para enquadrar: numa sociedade livre, isto é, um conjunto de pessoas que interagem umas com as outras livremente, todos têm os seus direitos. Aqui termina a definição para o portuguesinho!

O resto dos portugueses sabem que têm a parte "chata" a acompanhar: os deveres. Porque é que coloco as aspas em "chata"? Para que, caso haja algum portuguesinho a ler este blogue por engano, ele consiga apreender um conceito totalmente novo: deveres cívicos.

Todos os dias nos deparamos com situações que nos deixam a pele arrepiada, que causam um calafrio pela espinha acima, que nos colocam o cabelo em pé como se tivéssemos colocado os dedos na tomada eléctrica:

- A pessoa que deita o lixo para o chão: "Não é para isso que pagamos um almeida?" dirá o portuguesinho;

- A pintura, vulgo grafite, na parede exterior de alguém: "Sou um artista!" dirá outro portuguesinho;

- O estacionamento numa passadeira ou em segunda fila. "É só um bocadinho, que eu já venho!" (já assisti a um portuguesinho a dizer isto a um polícia. Ainda bem que o polícia não era um portuguesinho e deixou-lhe uma recordação pelo "bocadinho" hehe)

- Os cães que poluem as ruas com os seus dejectos quando passeiam um portuguesinho. Onde habito não há tantos dejectos na rua... estão no jardim em frente que a junta de freguesia local tenta arranjar de vez em quando. A dita junta colocou um caixote para o respectivo desperdício animal junto ao jardim. Esse caixote tinha também sacos de plástico para os de memória mais curta. Os sacos desapareceram mas o caixote continua misteriosamente vazio...

- A conversa que continua entre dois empregados de balcão enquanto o cliente espera (mais frequente no atendimento público, mas não muito mais). "Também esperei 9 meses para nascer!" (Quem é que ainda não ouviu essa??)

- O cuspir para o chão (a minha pobre mãe estrangeira arrepia-se cada vez que o vê) com um som gutural e assustador que não consigo reproduzir aqui! "É porcaria e tem de sair! Não vou engolir esta porcaria"

- A porta do local com ar condicionado que teima em ficar aberta...

- A publicidade colocada no correio que misteriosamente abre a caixa e salta para o meio do chão, tal qual o Houdini.

- O sujeito(a) que passa à frente na fila e que responde sem qualquer tipo de ar culpado: "Desculpe mas não reparei que havia fila!" olhando para as 20 pessoas que estão todas umas atrás das outras, coincidentemente em frente ao local onde se encontra a pessoa que ele queria que o atendesse.

Estes são alguns dos, provavelmente, milhares de exemplos possíveis (já assisti a todos estes e muito mais!)

Há uma forma disto mudar: todos temos que interiorizar que o que é de todos também é nosso! E para aqueles que não se importam de estragar o que é seu, salientar que é feio estragar o que também é dos outros, mesmo quando se está sozinho!
Também temos que exigir aos prevaricadores que mudem de atitude! De nada adianta pensarmos que uma dada acção ou atitude é errada ou feia se não o salientarmos a quem a tem!
Não podemos ter vergonha de chamar a atenção a quem assobia para o lado num transporte público quando uma pessoa que mal anda não tem lugar sentado. Já ouvi pessoas dizer que é para isso que existem os "lugares para deficientes, idosos ou grávidas" e, embora têm razão, não devem ficar à espera que a pessoa a cometer o erro aja. Não vou ficar sentado até a pessoa em dificuldades cair. Cedo-lhe o meu lugar e, se não tenho lugar para ceder, chamo a atenção a quem está indevidamente sentado. Tenho a certeza que pensarão duas vezes antes de agir incorrectamente numa próxima vez, nem que seja não ocuparem um lugar que alguém terá o direito de exigir!
Nós os cívicos, que cumprimos conscenciosamente os nossos deveres, devemos exigir os nossos direitos também!
Eu tenho o direito de caminhar por uma rua e, sem olhar para o chão, não ter medo de pisar uma caca de cão. E, acreditando que não sou o único, já tenho feito verdadeiras gincanas por estas ruas.
Tenho o direito de ser atendido imediatamente numa urgência de hospital, em vez de assistir a 12 pessoas na conversa (incluindo o chefe) atrás do balcão de atendimento, (dei-me ao trabalho de contar) enquanto tentava arranjar uma posição para que a dor de uma cólica renal abrandasse por alguns instantes. Sim, também me aconteceu. Ninguém me contou. Acredito que a minha "sorte" foi lá estar com a minha mulher, que me levou para longe e voltou para me inscrever na dita urgência! Digo isto porque ia pedir o livro de reclamações antes de me inscrever, tal era a minha fúria! O medo da minha mulher (e o meu também quando ela me chamou a atenção ao facto) de eu ficar numa lista de espera inexistente até desmaiar de dor, fez com que eu não reclamasse. Depois de duas horas de atendimento, já só queria era ir para casa e com esta oportunidade perdida para reclamar, não ajudei a melhorar um serviço que todos sabemos ser deplorável.
Tenho o direito de ter um eco ponto ao pé de casa sem que este seja queimado por uns "brincalhões" como já o foi por diversas vezes!

Eu já comecei. Costumava ficar calado se visse algo com que não concordasse. Encolhia os ombros e comentava com um amigo a falta de educação/civismo a que havia assistido. Não fico mais. Não sou o Manuel Alegre mas a mim ninguém me calará enquanto assisto a um acto de portuguesinhoismo. Não adianta dizermos que não voltaremos ao restaurante em que fomos mal atendidos. Só prejudicamos o dono e não o empregado que age mal nas costas daquele. Temos de reclamar os nossos direitos a um bom atendimento. A ruas limpas. A passadeiras e passeios desimpedidos.

Estamos em guerra contra o portuguesinhoismo!! E não podemos dar a outra face. Já basta uma mão marcada dum lado! Devemos dizer aos portuguesinhos que não nos pisarão os direitos.

Temos que erradicar, e isto exigirá muita persistência, o constante pisar dos nossos direitos.

Temos de dar o exemplo ao cumprirmos com as nossas obrigações e deveres. E um dos deveres que temos é o de exigir os nossos direitos!!!!!

Em resumo: temos de ajudar o portuguesinho a crescer!

E que os jogos se iniciem! - diria o Nero

Com ou sem orgulho?

Sou português! Porquê? Porque nasci em Portugal e tenho um pai português.
Mas tenho orgulho em ser português? Aqui deparo-me com um dilema: devo considerar a história de Portugal como referência? Ou o presente e passado recentes?

Se tiver em conta as explorações e descobertas marítimas portuguesas, associadas a uma cultura riquíssima, então posso dizer que sou português com orgulho, apesar dessa mesma história ter sido escrita por portugueses. Mesmo assim, sobram factos históricos suficientes para poder assumir que a maioria desses feitos são verdade. E a cultura é inegável!

Mas... eu vivo no presente e não no passado, com todos os problemas que um cidadão português médio tem. Considerava-me como parte de uma classe média, mas hoje também tenho sérias dúvidas sobre isso. Não porque passo fome mas porque não gosto da ideia de pertencer a uma espécie em vias de extinção...

O porquê deste título não será dado por mim, mas servirá como ponto de partida para um debate (se houver alguém que leia este blogue!) sobre o "portuguesinho" e a insatisfação de ser um Homem português a viver no "Portugal dos Pequeninos".

Para evitar muito debate sobre o pessimismo inerente ao título deste blogue, vou explicar o que entendo por portuguesinho.

Um portuguesinho não é mais nem menos do que um português pequeno. Pequeno na alma, no altruísmo, no civismo, no respeito pelos outros, na ambição, na exigência, na cultura, na seriedade, etc., etc..

Como considero que uma grande parte da população (não vou definir uma percentagem pois seria pouco científico e aproximar-me-ia seriamente dos cálculos deste mui nobre governo que nos (des)governa) que habita este rectângulo é portuguesinha, decidi iniciar este espaço para poder desabafar.

Não vou mencionar nomes (à parte referências à classe política que se coloca demasiado a jeito!), pois o intuito das minhas palavras é meramente o de uma chamada de atenção, de acordo com a minha opinião. Deixo ao "poderzinho judicialinho" existente a acção para encontrar os "culpadinhos".

Se não gosta de sarcasmo, ironia ou puro e simples gozo com atitudes, acções e palavras que vou criticar neste local, este é um bom momento para abandonar a leitura destes textos que aqui irei colocar.

Se procura aprender português (e aqui faço um sincero pedido de desculpas às patacoadas na gramática que poderá visualizar nestes escritos) então aconselho-o a abandonar a leitura já, pois irá concerteza diminuir os conceitos que já possuía...

Para tornar um tema tão vasto discutível irei escrever ponto por ponto. Todas as contribuições e críticas positivas são bem vindas.

Um último aspecto a ter em conta quando lerem este blogue: sim, eu penso que tenho razão. Mas não sou pequeno na minha capacidade analítica e adoro quando alguém consegue argumentar de modo a alterar o meu ponto de vista. É difícil mas já aconteceu. Sou grande o suficiente para reconhecer que sou falível!!!

E que os jogos se iniciem! - diria o Nero