Gosto muito do Bagão Félix.
É integro. Inteligente. Patriota.
Uma das coisas que ele disse hoje no Plano Inclinado foi que, para além da dívida pública conhecida, se adicionássemos toda a dívida com a previdência futura já comprometida, teríamos uma dívida pública real de perto de 300%.
Esta realidade é aterradora. É fruto de opções teóricas Marxistas. Socialistas. Não é só em Portugal. É na Europa toda com excepção do Reino Unido. Os 200% de dívida referentes à previdência, são cerca de 70% para os Britânicos.
No Reino Unido, um jovem sai de casa aos 18 anos no máximo - pelo menos era assim no tempo da minha mãe. Os pais cumpriam a sua obrigação ao dar guarida e educação até à maioridade. Para aqueles que ainda têm algumas dúvidas, a maioridade implica total responsabilidade pelos próprios actos. Esta acção ajudava as pessoas a perceberem que tinham de se preocupar com o seu futuro. Desde cedo.
Lembro-me de andar na faculdade e ter 2 empregos. De manhã ia às aulas e de tarde trabalhava numa empresa de mailing. Metia cartas dentro de envelopes. À noite trabalhava num bar. Mas vivia em casa dos meus pais. Não havia condições para morar sozinho ou mesmo com amigos. Não havia essa cultura. Ainda não há.
Uma outra pessoa que conheço, virou-se para um segurança de discoteca a dizer que era engenheiro porque não o deixavam entrar... Isso é que era importante! Ser doutor ou engenheiro. Tive vergonha de estar ao lado dele nesse dia...
A culpa é dos nossos pais. Ao quererem o melhor para nós sem incutirem um sentimento de responsabilidade. De permitirem que se viva às suas custas sem se contribuir para as despesas da casa...
Aqueles que nos acusaram de ser rascas foram os culpados. E olham com nostalgia para o passado repetindo aquele princípio de frase - "No meu tempo..."
Agora, tendo atribuído as culpas, pergunto-me - como é que nós podemos esperar um futuro melhor?
Será assim tão difícil perceber que estamos numa situação de merda? Que temos que inverter as nossas prioridades se queremos ainda reformar-nos com algum conforto? Que só poderemos deixar um legado melhor para as gerações vindouras se agirmos agora? Vamos continuar com o epíteto de ser português ao chegarmos atrasados a mais um compromisso? Aquilo que vejo neste momento é que as pessoas baixaram os braços perante este desafio. Andam desorientadas. Sabem que se está mal mas não sabem o que fazer. Não têm capacidade de tomar controlo sobre a sua vida. De quererem ser melhores no que fazem.
Acho que o Medina Carreira, o Henrique Neto, o Bagão Félix e tantos outros acertaram em cheio naquilo que temos de fazer:
Antes de decidirmos como vamos chegar lá, precisamos de saber onde é que esse lá é...
E que os jogos se iniciem! - Diria o Nero.