Luz ao fundo do túnel!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Educação - parte III

O telemóvel! Ahhhh! O meu telemóvel! Aquele apêndice corporal fundamental sem o qual eu não respiro!
Mas como é o que os nossos antepassados conseguiram matar mamutes sem o dito cujo????

Estando eu no cinema vendo um filme com uns efeitos especiais e sonoros fantásticos, fui distraído por um toque piroso (ainda por cima)! O toque prolongou-se por algum tempo enquanto o proprietário do aparelhómetro tentava ler no seu visor de quem era a chamada. Talvez tivesse lido mais rápido se o visor do instrumento respiratório fosse em 3D. Ou então se tivesse tirado os óculos 3D. Não sabendo se o senhor seria portador de algum síndroma que lhe impossibilitasse o desligar imediato do luzidío e sonoro instrumento, decidi aguardar. Eis que fiquei espantado quando oiço o famoso:
- 'Tou? 'Tou?.. 'Tá lá?
Nesta altura viro-me novamente para o proprietário que estava duas cadeiras à minha esquerda com curiosidade em saber se iria conseguir estabelecer a ligação. Bolas! A ligação do aparelho respiratório não se tinha estabelecido... Desejei nessa altura ter tirado um curso de primeiros socorros que me permitisse ajudar este portuguesinho que estaria à beira de uma lenta e dolorosa asfixia! Ufa! Não foi preciso chamar o 112 com o meu telemóvel desligado. Da próxima vez colocarei no silêncio apenas, para poder chamar auxílio rapidamente!!
Bolas! Sobreviveu! Peço que me desculpem a minha crueldade (não quero que me desculpem mas é bonio dizê-lo).
Toque piroso novamente... o auxílio respiratório não iria faltar!
Desta vez fui eu que me engasguei. Mas ocorreu-me que ele realmente precisaria de ajuda respiratória. Muito bem! Disse para o ar e a bom som:
- Por amor de Deus!
Mais uma vez, Deus deixou-me pendurado... Talvez o Clooney pudasse participar numa publicidade de telemóveis...
Nesta altura estarão todos a pensar que a excelsa personagem atendeu o telefone e segredou que estava no cinema e para ligarem o respiradouro um pouco mais tarde que ele ainda tinha uma reserva de ar.
Sinto muito ter que vos desiludir (na realidade não sinto mas é politicamente correcto dizê-lo).
A conversa começa.
- Que falta de consideração!- vociferei eu.
Bah! Além de portuguesinho também deve ser surdo, pensei.
Quando me apercebo que estaria a combinar deslocar-se a uma obra no dia seguinte, pensei: "Hmm. Devias estar a trabalhar, meu malandreco! Que bom que tenhas faltado às tuas obrigações e me tenhas vindo fazer companhia na visualização do filme mais caro de sempre!!"
Nesta altura viro-me novamente para aquele vulto com intuitos violentos. Mas a minha educação não me permite bater em pessoas com óculos... não me explicaram se os 3D estavam incluídos nesta regra quando eu era mais novo. Terei que perguntar aos meus pais. Disse:
- Amigo! Desligue o telemóvel! (peço desculpa aos caros leitores pela minha falta de educação, mas não me ocorreu, naquele momento, pedir por favor... nem por amor de Deus, que já me havia faltado)
E fiquei inclinado na sua direcção, olhando-o fixamente nos olhos. (Não os conseguia ver, mas não consigo passar aquela imagem de faroeste sem esta pequena mentira)
Devem ter passado cerca de 10 minutos, de olhos nos olhos (eu também não tirei os meus 3D durante os 2 segundos desta troca)! Eis que o portuguesinho desliga a ventoinha que alimentava a conduta de ar, despachando o bem aventurado fornecedor de ar. Devo salientar que não foi rude com o fornecedor!

Haja boa educação, nem que seja a despachar alguém!

Vi o resto do filme!

3 comentários:

  1. Vale pelos efeitos especiais. De resto um filme banal...

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  2. Banal? Só banal? Se calhar perdeste as melhores partes enquanto ouvias as conversas telefónicas alheias... não sei, é só uma hipótese! É que eu ainda quero ver o filme e não quero ver "banal"!

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